quarta-feira, 27 de outubro de 2010

Novo endereço

Como o blogger.com é uma bosta, não consegui upar os meus videos aqui. Então mudei de endereço: http://blogdabotinha.blog.com/

O conteúdo continua o mesmo, mas agora é tudo em vídeo, espero que gostem.

Beijos

segunda-feira, 11 de outubro de 2010

Cada vez mais preguiçoso

Cada dia que passa é uma mão maior pra atualizar isso daqui.

Eu fui na oktober de novo, então vou contar dessa última vez que a memória tá mais recente. Mas antes disso vou contar de quinta. Na quinta no Turkys head, um pub aqui perto de casa, é a noite do ska, e como ninguém que eu conheço aqui gosta de ska, fui sozinho mesmo. Cheguei lá pelas 22:30 mas o show só começou às 23:30, fiquei trovando com o garçom que é carioca esse tempo, não lembro o nome dele.

Ah, muito importante, não bebi nada nessa noite. O nome da banda era "Bionic Rats", acho que os caras são irish mesmo. O bom é que o pub começou a encher, e ao contrário das noites do Reggae de Salão em POA, no Turkys tinha várias minas. O som era do caralho, os caras fizeram cover de Bad Manners, The Specials, Bob Marley, The Selecter, Lee Parry e mais uns lá. Tava fodástico o show, mesmo. Voltei sóbrio pra casa, nada demais.

Sexta foi uma bosta, mas sábado fui na oktober de novo, e dessa vez foi mais afudê do que a primeira. Eu tava na casa da Jé e da Cata - já que elas me provém um alimento decente. A gente tinha ficado de encontrar a Ju (preguiça de explicar quem ela é), mas graças as duas, nos atrasamos 2h. Pegamos o Luas (bondinho), e não sei porque a Jéssica e a Ju brigaram, então a Jé saiu pra não sei onde e ficamos a Cata, a Ju e eu. Como podem perceber, à essa hora eu já tava pronto.

A fila tava quilométrica, mas eu com minha malemolência brasileira, consegui um puta furo na fila e em uns 20 minutos entramos na oktober. Não me orgulho do que estou prester a relatar, mas vim pra cá pra virar maloqueiro de 13 anos de novo.

Na oktober tem um esquema que tu paga 5 euros pelo caneco, mas tu pode devolver o caneco e pegar a grana de volta. Como irish é tudo bêbado e burro, eu pegava as canecas "esquecidas" e trocava por 5 euros. Como os irish são realmente muito burros e mais com a ajuda da Juliana, eu bebi pra caralho, comi no mc donalds, e ainda voltei com 27 euros pra casa.

Todos entendem que boa parte da história não posso contar aqui, mas foi beeem afudê a oktober. A parte final já não lembro muito bem, mas a imbecil da Catalina voltou sozinha a pé pra casa, e a Ju eu não lembro que fim levou.

No domingo acordo às 7:30 numa ressaca de merda. Aí às 14h e alguma coisa, a Jéssica me convence a ir com ela pra não sei onde que ela tinha que limpar a casa de um cara. Ela foi fazer o cleaning e eu fiquei dormindo num pub, mas nesse pub tinha a melhor Guinness que eu já tomei EM TODA A MINHA VIDA.

Ela terminou o cleaning e voltei pra casa dela pra comer. Dormi lá e voltei pra casa. Esse post tá chato, eu sei. Mas quem quiser saber da oktober mesmo, me pergunta pelo msn.

terça-feira, 28 de setembro de 2010

Dia do Arthur

O Arthur, como eu comentei no último post, foi o cara que inventou a Guinness. É justo ter um dia pra ele, ou pra Guinness, que seja, porque essa ceva é fora do sério. De qualquer maneira, o meu Arthurs day foi bem maluco.

A gurizada da escola ficou de vir aqui, mas vieram só o Julio, a Marieles e a Adriana. Tomamos caipirinha, umas cevas, e saímos. Ah, elas fuderam os meus planos, eu queria ir na Fábrica da Guinness, porque parece que tu pega uma ou duas pints de graça lá, mas tem que chegar no pico até às 17:59. Como elas se atrasaram, tivemos que ir pro Temple Bar.

Entramos em uns 2 ou 3 pubs, bebemos varias pints. Aí nos perdemos das minas e já não lembro de muita coisa. Tentei encontrar a Jéssica, mas ninguém conseguia me explicar aonde eles tavam. A essa hora já tava chovendo afu, e o Arthur's Day não tem nada demais (só a propaganda é legal), parece um sábado qualquer. Aí fui comer um baguete com o Julio e já voltei pra casa. Às 22h eu já tava apagadão. E não tenho como contar muita coisa, porque de fato não lembro.

Mas o finde foi bem bão. Sexta eu tava numa ressaca absurda, e só fui na casa da Jé comer um estrogonof (não sei escrever estrogonófe e não vou procurar no google). Tava boa a comida, é bom comer alguma coisa decente de vez enquando, porque como eu cozinho só pra mim, e sou preguiçoso, só como massa, arroz, batata e galinha, porque são coisas bem fáceis de fazer. Acabei dormindo por lá, porque ela mora longe e tava frio demais pra voltar caminhando.

Sábado pelo meio dia voltei pra casa. Na sexta de noite eu combinei com o Pablo de ver o jogo do Real Madrid no Living Room, o melhor pub de esportes o mundo, certo. Quando eu tava quase saindo de casa, me liga o Phillip, o alemão que trampa com o meu flatmate, me chamando pra tomar uma ceva. Chamei ele pra vir comigo, e ele topou. Eu gosto desse alemão, apesar dele ele ser meio mangolão (rimou). Tomamos umas 3 pints vendo o jogo, o Real empatou com um time da porra e o Pablo ficou puto, foi bem engraçado. Ele e a Raquel iam voltar pra Espanha no domingo, então pegaram o último bus pra casa.

Depois disso, fui com o Phillip pro Turkys Head, um pub tri afudê e que ia tocar uma banda brasileira. Lá, encontrei a Jé e a Catalina, uma argentina barriga verde. Mas o cara da noite, sem dúvida, foi o Weslei.

Como era noite de futebol, eu tava com a camisa do Grêmio, e isso é imã pra brasileiro, óbviamente. Eu tava pegando uma ceva e do nada veio um cara me agradecer pelo título do brasileirão, de cara deu pra ver que era flamenguista. Ficamos trovando um tempão, ele me contou que mora na Finlândia há mais de 10 anos, é DJ de funk carioca lá. Ele pagou umas 3 pints pra mim e não sei quantas pras minas. Essas que ele pagou, somado as que eu paguei somado as que eu roubei, deu pra ficar bem engraçada essa noite. Como eu sou um bebâdo gente fina, já convidei o cara que eu acabei de conhecer pra fazer uma carne no domingo, lá na casa da Jé e da Catalina.

Mas o engraçado de tudo é que o cara é o pior cafajeste que existe. Pra começar ele perdeu a virginidade com 10 anos com uma mulher de 30. O pior é que eu acredito nele, o que tem de gente maluca nesse mundo não é bobagem. No que a gente continuou conversando, eu perguntei pra ele por que ele tava de camisa e calça social, já que ele "faz som da favela" (palavras dele). Ele me disse que tinha noivado uma irish e tava com a familia dela antes de ir pra lá. E foi aí que ele me falou que ele tinha 3 namoradas e mais 2 noivas. Uma em cada canto da europa e outra no Brasil. E por causa disso que fico na obrigação de comentar que o cara é má feio que bater na mãe e a irish dele é bem pegável. Ficamos mais não sei quanto tempo conversando, e ele foi embora.

Quando eu voltei pro lugar onde eu tava, vi que o Phillip já tava fora da casa, nem ficava em pé direito. Não que eu fosse um exemplo de sobriedade, mas eu tava de boa. A banda era legalzin, apesar da vocalista ser fraca e ter gente demais tocando, sem necessidade. Mesmo assim, tocaram Tim Maia, Jorge Ben e Chico, foi legal. Voltei pra casa, foda que acordei às 11h da madrugada pra comprar a porra da carne pro churrasco.

A merda foi que a loja brasileira tem pouca carne, então só tinha picanha, as costelas tudo já tinham ido. Depois que eu comprei, fui pra casa das gurias, já que aqui não tem espaço nem pra um coração de galinha na geladeira. Chegando lá, a Catalina fez um "almoço", era uma salada com meia duzia de coisa mais que não faz nem merda. Mas tava bom, só que um gordo como eu precisa de 3kg de mato pra ficar satisfeito. Depois do "almoço", as gurias vieram pro centro e eu fiquei dormindo. Às 20h começamos a arrumar tudo, o Weslei trouxe o carvão e a patroa.

Como aqui na Irlanda eles não comem churrasco, eles não tem churrasqueira, só aquelas de bife. E como a Jéssica é um exemplo de inteligência, não tinha luz na rua, e ela marcou o churrasco de noite. Comecei a fazer a carne e a gurizada começou a chegar. Apesar de tudo, a carne ficou bem boa e as outras coisas que as gurias fizeram também. Ficamos discutindo futebol, bebendo e essas coisas. No final todos foram embora, menos o Guilherme (haha). Dormi lá de novo.

Na segunda a casa tava um lixo, mas como eu sou o cara mais legal das américas, limpei quase tudo SOZINHO (espero que a Jéssica leia isso). Volei pra casa e me ajojei. Hoje fui pra aula, larguei meu curriculo em um pub e voltei.

Hoje também um colega (ai, colega) me contou que vai ter oktoberfest aqui e que a ceva é razoavelmente mais barata que o normal, não preciso nem dizer que É ÓBIVO que eu vou. O bagulho começa na quinta, e como não vou sair hoje, nem amanhã, sexta ou segunda que vem eu posto de novo.

quarta-feira, 22 de setembro de 2010

Sou um péssimo gaúcho

Segunda-feira (13), o Felipe, meu colega de Brasília, ficou enchendo o saco pra gente fazer uma festa aqui no meu flat. Falei com meia duzia de gente da nossa escola, e todo mundo se pilhou. Segunda de noite, falei com o Francisco (meu flatmate) e ele disse que ia chamar uns amigos também, pra gente fazer uma festa espano-brasileira. Tudo certo.

Na quarta, uma colega minha disse que não ia poder ir porque ela era judia e tinha que fazer o fasten -- ano novo judeu e tem que ficar sem comer nem beber por 25 horas, parece. Mudamos a data pra sábado. Eu falei com o Francisco de novo, mas ele disse que já tinha combinado com todo mundo. Resolvemos que teria festa sexta e sábado aqui. Avisei os meus colegas, só que muitos já tinham o que fazer na sexta. Aí vieram umas 7 pessoas, mais umas 8 ou 9 ou 10 convidadas pelo meu flatmate. Ele fez sangria uma bebida famosa na Espanha, mas é de mulherzinha: vinho, rum, coca, suco de fruta e não sei mais o quê. Não tem gosto de álcool (o que pode ser vantajoso), mas eu não curti muito. Fiz umas capirinhas, mas só as venezuelanas, o alemão e os brasileiros que gostaram.

A minha ideia era tomar umas aqui e depois irmos pro Temple Bar, mas ficamos trovando, e quando vi já era passado 1h da manhã, o que é tarde pra sair. Ali pelas 3h, metade da gurizada já tinha ido embora, o Francisco foi dormir e fiquei eu com os convidados dele. Às 4h, todo mundo vazou. Só pra não dizer que eu não fiz nenhuma piada enquanto eu tava bêbado; o alemão, as venezuelanas e eu estavamos falando de colonização. Aí ele disse que achava engraçadoa história de que os primeiros índios acharam que os cavaleiros em armaduras eram deuses, eu falei pra ele que na venezuela ainda é assim: chega de cavalo do ano e armadura brilhando, que todo mundo paga o teu pau. Só eu ri, mas sou auto-suficiente de piadas, e nem dei bola.

Sábado acordei com um pouco de dor de cabeça, mas comi um bagulho e logo passou. Limpei tudo, e às 21h já chegaram o Sami, o Rafa e o Jef aqui pra nova festa. Pelas 22h, chegaram o Tj e um outro saudita que eu não sei o nome. 22:30 chegou uma penca de espanhóis da minha escola. Só pra constar, o Felipe (que teve a ideia da festa) e a Alemã judia, a Rachel (que fez eu mudar o dia da festa) não vieram.

Tinha sobrado cerveja de sexta, e os espanhóis trouxeram mais muuuuuita ceva. Ficamos todos malucos e fomos pro Temple Bar. No caminho, a gente se separou, o Rafa e o Jef foram numa despedida, 4 espanholas voltaram, porque uma delas começou a passar mal. O resto e eu fomos pro Buskers. Tava muuuito afudê a noite, tirando o fato de o Sami não parar de peidar, tava tudo muito engraçado. Roubei 6 pints praticamente cheias, ps.: eram pints esquecidas num canto, eu não assaltava ninguém. E a partir dessa noite, só digo que sou italiano, todo mundo acredita. É só falar "MADONNA MIA!", e meia duzia de palavras que eu aprendi em italiano que a mentira já cola. Depois de tudo, voltei pra casa.

Domingo fui tomar ceva com uns amigos, e eu fiquei com vontade de sair, eles ajojaram. A Jé ia no The Morgan, um pico mais arrumadin que toca um som legal. Apesar de ela ter se atrasado uma hora e ter me dado o endereço errado, eu tava de bão humor. Tomamos um pouco de vodka e um resto de tequila, na casa de uns amigos dela, e fomos pra lá. O Morgan é um lugar tri, todas as minas mais gatas da história da humanidade se encontram lá aos domingos. Só de ver elas dançando, tu já te inspira pra trabalhar, juntar muito dinheiro, pra, SÓ ASSIM, conseguir uma mulher daquelas.

Não fizemos nada demais aquela noite, voltei pra casa, e não fui na aula segunda de manhã. Na tarde de segunda e na terça deixei o meu currículo em uns bares e lojas que tão pedindo staff pro natal. Terça também arrumei o meu quarto, que tava um lixo, e de noite fui no Dicey's, pra variar, com a gurizada da escola. Conheci um monte de gaúcho do interior (fui com a camisa do Grêmio), e um deles, de Santa Maria, disse que fez um churrascão com musica tradicional com os amigos na segunda, dia 20. Me senti um péssimo gaúcho. Voltei cedo, porque meio que enchi o saco de lá. Fui pra aula hoje, agora tô em casa.

Quinta é o Arthur's day, dia em homenagem ao cara que inventou a Guinness. Todos os museus e a fábrica da Guinness, que são pagos, ficam de graça nesse dia. E todo mundo do interior vem pra Dublin. Então chamei todo mundo pra gente beber caipirinha aqui e depois irmos nos pubs. Sexta eu conto como foi.

sexta-feira, 3 de setembro de 2010

Viagem pra Galway

Era sexta-feira de noite, eu não tinha nada pra faze, então liguei pra uma colega minha, a Marcella, perguntando o que ela ia fazer. Ela me disse que não ia sair porque ia viajar pra Galway sábado de manhã. E me convidou pra ir. Eu disse que ia pensar, msa 5 minutos depois liguei de volta confirmando a minha ilustre presença.

Acordei sábado às sete, e pensei: "bá, se pá eras ficar em casa", mas depois de 20 de luta contra a cama, eu me levantei. Caminhei até o Spire e encontrei a Agnes e a Marcella. Pegamos o ônibus e fomos pra Galway. Só pra constar, Galway é uma praia do lado oeste da Irlanda, e é famosa pelos penhascos que tem por lá. São 3 horas de viagem, e a gente ficou falando besteira no início, mas depois eu acabei dormindo, não sei das gurias.

Chegamos em Galway às 11 horas da manhã, e ficamos num hostel bem do lado da rodoviária. Mas o nosso check in era só às 15h, então deixamos as malas num lugar especial que eles tem e fomos comer. Como a gente não conhecia a cidade, perguntamos pros caras do hostel mesmo onde comer barato, o atendente nos falou de uns pubs que serviam o irsh breakfast tradicional, por 8 euros. As duas gurias não tavam muito pelo irish breakfast porque no café que elas trampam elas sempre fazem esse breakfast, mas eu enchi o saco e elas toparam.

O café era bem bom, mesmo, tem uma foto no meu orkut. Como já tinha um monte de gente bebendo de manhã, também pedimos uma pint de Guinnes cada um. Depois disso, voltamos pra rodoviária e compramos uma passagem pra um ônibus turistico.

terça-feira, 31 de agosto de 2010

Esses últimos dias foram bem fodas, por isso demorei tanto tempo pra postar de novo. Mas, pra começar o post já "causando" (bem guei), digo de cara: larguei o trampo.

Quando eu tava de garçom era tranquilo: eu entrava às 16:30 e saía à meia noite e meia. Apesar de toda a merda que eu tinha que aguentar, eu trabalhava 8 horas e recebia por 8 horas. Só que o restaurante tava com o movimento muito fraco, segunda, por exemplo, vinham uns 4 ou 5 clientes a noite toda. Então a Helena me falou que eles não tinham mais porque pagar um garçom, mas se eu quisesse continuar trabalhando lá, eu poderia começar no take-away. Eu topei. Isso era quinta, eu ganhei sexta de off e voltaria no sábado.

Sexta de noite, chegaram umas espanholas amigas do Francisco, 5 minas, 3 gatas. Ele fez uma festinha aqui, tinha gente de tudo quanto é canto do mundo. Conheci o único polish magrelo, normalmente eles são todos gigantes. Também conheci um irish gago, foi foda entender o que ele falava, foda mesmo. O Francisco, que fala inglês muito bem, me falou que também não entende muito bem o que o cara fala. Eu fiquei mais tempo conversando com as espanholas, óbvio, mas como eu tinha que trampar sábado de manhã, não fiquei muito tempo.

Comecei no sábado ao meio dia. Era o Dino que tava me ensinando tudo, foi tranquilo até, acho que ele tava de bom humor naquele dia. Aprendi tudo o que tinha que fazer lá: cortar batata, fazer os hamburguers, preparar a galinha, limpar tudo e por aí vai. Era um trabalho beeeem pesado. Alí por volta das 18h, o resto da familia começou a aparecer, e o Dino sumiu. Continuei trabalhando, até que a Lisa disse pra eu virar o noite lá, eu me caguei todo, não ia ter condições de virar a noite. Mas continuei. Uma hora depois, umas 19h, o Dino aparece e me pergunta por que eu ainda tava lá, respondi que a Lisa tinha me pedido. Ele xingou a Lisa e falou pra eu voltar na segunda.

Como eu tava louco pra tomar uma ceva, ainda no ônibus de volta, liguei pros meus colegas pra gente sair. O Felipe e o Saulo tavam no Buskers, cheguei em casa, tomei banho, e fui lá encontrar com eles. Ficamos de boa lá, tavam a Marielis, uma venezuelana, e outra amiga dela que eu não lembro o nome. Como eu disse, ficamos de boa, até que o Felipe esbarra em um polonês que mais parecia o Brock Lesnar (vide no google). Assim que o Felipe esbarrou nele, o Lesnar grita BEM ALTO: "Don't you touch me!". Me levantei e fui em direção a eles.

Em 5 segundos eu vi toda merda acontecer e pensei: "O Lesnar dá pra derrubar porque ele não vai me ver chegando, mas o que eu faço com os outros 5 polish?". Só um parênteses pra quem não sabe, os polish são a maior comunidade de estrangeiros aqui, são tudo loco e são TODOS gigantes. Pra vocês terem uma ideia de como eu vi a morte de perto, o Felipe tem 1,90, é o maior dos brasileiros, e ele era menor que o menor dos polish.

No que eu tava indo esboçar uma reação, um dos amigos do Lesnar separou a briga e pediu desculpas pelo amigo que tava bêbado. Eu juro que quase me mijei de alivio. Um tempo depois a gente foi pra rua, pras gurias pegarem um taxi. A gente mal saiu do pico e rolou uma briga de verdade. Fiquei por perto pra ver quem era ou o porque da briga, mas não deu pra ver. Mas foi impressionante a velocidade da reação da policia e dos seguranças. No temple bar, os pubs são bem próximos, e logo que a briga começou, os seguranças de outros pubs vieram ajudar. Em menos de 1 minuto, tava cheio de polícia e segurança na frente do Buskers. Depois de tudo isso, cada um foi pra sua casa.

Domingo saí com o Francisco e as amigas dele, a gente foi no Turkeys head, um pub legalzin aqui perto de casa. Eu tava falando direto com uma das minas, mas o Francisco fez o favor de dizer que eu tinha 21 (todas elas tinham mais de 28) depois ela ficou me tirando pra piá. Mas foi legal a noite mesmo assim, vou procurar elas no facebook, já que elas tiraram um monte de foto comigo. Pelas 4 horas da manhã, voltamos pra casa.

Segunda entrei às 16:30 no take-away, só que foi o Aqmel (paquistanês) que continuou o trainee. Ele não fala quase nada de inglês, mas era trabalhador, paciênte e tava sempre de bom humor. Ele me contou que tava no emprego há dois anos, e que mais de 20 pessoas já passaram pela vaga que eu tava. Com o tempo, a gente passou a se entender melhor, aí perguntei da vida dele e tal. Ele tem 5 filhos e duas mulheres, uma aqui e a outra no paquistão. Mas às 2 horas da manhã, o Arqmel já não tava mais de bom humor, e nem tinha como, o trampo era muito pesado. Ali pelas 4 e pouco a Helena apareceu pra nos dar carona pra casa, cobrando 3 euros, óbvio. Ela me deixou por segundo, cheguei em casa às 5 horas da manha. Terça o mesmo.

Mas terça no caminho de volta, tive a brilhante ideia de perguntar pra minha gerente quanto eu receberia por noite, porque 8.56 vezes mil horas, eu ganharia uma grana. Mas ela me disse que eu receberia 75 euros por noite. 75 euros é o minimo pra 8 horas de trabalho durante o dia. Mas eu disse "ok" e fiquei na minha. Quarta, ganhei folga, e mandei uma mensagem dizendo que tinha arranjado outro trampo (mentira). Larguei fora, sem condições aquela merda, mas tenho o bastante pra pagar o aluguel do mês que vem, então tá de boa.

sexta-feira, 20 de agosto de 2010

Semana de Trabáio

Acredito que as poucas pessoas que têm lido essa merda estejam curiosas pra saber do meu emprego de garçom. Eu trabalho no Lisa's Trattoria, o restaurante italiano mais antigo de Dublin e cheio de prêmios. Até aí, pareceria perfeito, mas é uma merda.

Lá é um family business, o que eu pensei que seria bom. São 5 pessoas me dando ordens totalmente diferentes. A famíla é o seguinte, Dino e a Lisa são os velhos, Ana e a Helena as filhas. A Ana é a gerente do restaurante, o resto trabalha no "Dino's Take Away", exatamente do lado do Lisa's.

Então a Ana é que deveria me ensinar tudo, e no começo eu gostava dela. Ela me diz: "Fábio, faz desse jeito", aí eu vou fazer desse jeito e vem a Lisa: "Fábio, what are you doing? It's not like this". Faço do jeito da Lisa e vem a Ana, "Fábio, I taught you yesteday, how can't you not remember?".

A Lisa sempre me fala da higiêne e blá blá blá, que eu tenho que usar luvas pra cortar o pão, mas quando ela corta, óbviamente, ela tira a mão do rabo e corta o pão sem luvas. Pra segurar os pratos, eu tenho que usar pano de prato, a Ana enfia o dedão na comida. E assim têm sido as minhas noites.

Ele passam o tempo todo gritando e xingando, sério, o tempo todo. Eu entendo que eles são italianos e até dá pra aguentar porque é o jeito deles. O que fode tudo lá é o Mário, o filho de 6 anos da Ana. Ele é a criança mais mimada que eu já vi, ele bate em todo mundo, inclusive em mim, e pede, ou rouba, pelo menos 25 euros por dia. Só faz merda e fica gritando o tempo todo, niguém tem controle sobre ele, ele faz o que quer na hora que quer.

Quarta-feira foi punk, eu não consegui entender o motivo em específico, mas o foi o Mário que começou a maior baixaria que eu já vi na vida. A Ana e a Helena começaram a se pegar no pau, se jogaram facas, garrafas, jarras, tudo o que tinha pela frente, foi tenso. Eu tava atendendo duas mesas nessa hora, e dava pra ouvir tudo: "fanculo", "porca putana, "puta madre" e por aí mais. Depois não sabem porque o restaurante nunca enche.

Depois desse dia, a Ana passou a ser a pessoa mais mal humorada do mundo. Me xinga por nada, e disse que não precisava de garçom, que ela poderia fazer tudo sozinha. Pensei que ela fosse me despedir nessa hora, porque, na verdade, se ela não fosse louca, ela conseguria fazer tudo sozinha mesmo, já que lá nunca enche mesmo. Foi aí que o Dino veio me defender, ele falou que eu sou um guri inteligente e que só não tenho aprendido direito, porque a Ana tá com a cabeça no filho. O que é verdade.

Somado à toda essa merda, eu acordo as 8h pra ir pra aula, chego ao meio dia em casa, e vou dormir. Acordo às 14:30 e às 15:00 tô saindo de casa. 16:30 começa o trampo, 00:30 acaba, 1h a Helena me leva pra casa -- ela me cobra 3 euros pra isso.

Hoje fui lá pra gente conversar sobre o meu futuro nos negócios deles. Ficou decidido que as segundas e terças das 16:30 às 00:30 eu vou ser garçom full time, porque nesses dias é a Ana quem cozinha, aí eu fico encarregado dos clientes. No resto da semana vem o Jason (um chinês que parece um robô, ele é o chefe e o kitchen porter e não faz break) então a Ana cuida dos clientes. E nos dias em que o Jason vem, eu trabalho part time no Take Away das 11:30 às 16h. Vou terminar o trainee semana que vem, e quando terminar, vou tirar 968 euros por mês, o que dá pra viver muito bem aqui. Esse horário é perfeito pra mim, porque não trabalho tanto e tiro uma boa de uma grana.

Em setembro o Mário volta pra escola, então acho que as coisas vão melhorar. Mas todo o dia tem sido um exercício de paciência. A melhor parte do trabalho, acreditem ou não, é a hora de lavar os banheiros, porque ninguém me enche o saco, ninguém me xinga por nada. Hoje me deram folga, amanha às 13 começo no take-away e é o Dino e os outros estrangeiros que vão me treinar, acredito que vai ser bem melhor.

O trampo é uma bela bosta, eles me disseram que os meus problemas devem sempre ser deixados em casa, mas os deles eles nunca esquecem de trazer pro trabalho. Espero sinceramente que melhore agora, mas definitivamente, só tô lá por causa da grana.

Hoje tirei folga, comprei um tênis de 6 euros e ceva, vou beber e dormir, porque amanha trabalho.