terça-feira, 31 de agosto de 2010

Esses últimos dias foram bem fodas, por isso demorei tanto tempo pra postar de novo. Mas, pra começar o post já "causando" (bem guei), digo de cara: larguei o trampo.

Quando eu tava de garçom era tranquilo: eu entrava às 16:30 e saía à meia noite e meia. Apesar de toda a merda que eu tinha que aguentar, eu trabalhava 8 horas e recebia por 8 horas. Só que o restaurante tava com o movimento muito fraco, segunda, por exemplo, vinham uns 4 ou 5 clientes a noite toda. Então a Helena me falou que eles não tinham mais porque pagar um garçom, mas se eu quisesse continuar trabalhando lá, eu poderia começar no take-away. Eu topei. Isso era quinta, eu ganhei sexta de off e voltaria no sábado.

Sexta de noite, chegaram umas espanholas amigas do Francisco, 5 minas, 3 gatas. Ele fez uma festinha aqui, tinha gente de tudo quanto é canto do mundo. Conheci o único polish magrelo, normalmente eles são todos gigantes. Também conheci um irish gago, foi foda entender o que ele falava, foda mesmo. O Francisco, que fala inglês muito bem, me falou que também não entende muito bem o que o cara fala. Eu fiquei mais tempo conversando com as espanholas, óbvio, mas como eu tinha que trampar sábado de manhã, não fiquei muito tempo.

Comecei no sábado ao meio dia. Era o Dino que tava me ensinando tudo, foi tranquilo até, acho que ele tava de bom humor naquele dia. Aprendi tudo o que tinha que fazer lá: cortar batata, fazer os hamburguers, preparar a galinha, limpar tudo e por aí vai. Era um trabalho beeeem pesado. Alí por volta das 18h, o resto da familia começou a aparecer, e o Dino sumiu. Continuei trabalhando, até que a Lisa disse pra eu virar o noite lá, eu me caguei todo, não ia ter condições de virar a noite. Mas continuei. Uma hora depois, umas 19h, o Dino aparece e me pergunta por que eu ainda tava lá, respondi que a Lisa tinha me pedido. Ele xingou a Lisa e falou pra eu voltar na segunda.

Como eu tava louco pra tomar uma ceva, ainda no ônibus de volta, liguei pros meus colegas pra gente sair. O Felipe e o Saulo tavam no Buskers, cheguei em casa, tomei banho, e fui lá encontrar com eles. Ficamos de boa lá, tavam a Marielis, uma venezuelana, e outra amiga dela que eu não lembro o nome. Como eu disse, ficamos de boa, até que o Felipe esbarra em um polonês que mais parecia o Brock Lesnar (vide no google). Assim que o Felipe esbarrou nele, o Lesnar grita BEM ALTO: "Don't you touch me!". Me levantei e fui em direção a eles.

Em 5 segundos eu vi toda merda acontecer e pensei: "O Lesnar dá pra derrubar porque ele não vai me ver chegando, mas o que eu faço com os outros 5 polish?". Só um parênteses pra quem não sabe, os polish são a maior comunidade de estrangeiros aqui, são tudo loco e são TODOS gigantes. Pra vocês terem uma ideia de como eu vi a morte de perto, o Felipe tem 1,90, é o maior dos brasileiros, e ele era menor que o menor dos polish.

No que eu tava indo esboçar uma reação, um dos amigos do Lesnar separou a briga e pediu desculpas pelo amigo que tava bêbado. Eu juro que quase me mijei de alivio. Um tempo depois a gente foi pra rua, pras gurias pegarem um taxi. A gente mal saiu do pico e rolou uma briga de verdade. Fiquei por perto pra ver quem era ou o porque da briga, mas não deu pra ver. Mas foi impressionante a velocidade da reação da policia e dos seguranças. No temple bar, os pubs são bem próximos, e logo que a briga começou, os seguranças de outros pubs vieram ajudar. Em menos de 1 minuto, tava cheio de polícia e segurança na frente do Buskers. Depois de tudo isso, cada um foi pra sua casa.

Domingo saí com o Francisco e as amigas dele, a gente foi no Turkeys head, um pub legalzin aqui perto de casa. Eu tava falando direto com uma das minas, mas o Francisco fez o favor de dizer que eu tinha 21 (todas elas tinham mais de 28) depois ela ficou me tirando pra piá. Mas foi legal a noite mesmo assim, vou procurar elas no facebook, já que elas tiraram um monte de foto comigo. Pelas 4 horas da manhã, voltamos pra casa.

Segunda entrei às 16:30 no take-away, só que foi o Aqmel (paquistanês) que continuou o trainee. Ele não fala quase nada de inglês, mas era trabalhador, paciênte e tava sempre de bom humor. Ele me contou que tava no emprego há dois anos, e que mais de 20 pessoas já passaram pela vaga que eu tava. Com o tempo, a gente passou a se entender melhor, aí perguntei da vida dele e tal. Ele tem 5 filhos e duas mulheres, uma aqui e a outra no paquistão. Mas às 2 horas da manhã, o Arqmel já não tava mais de bom humor, e nem tinha como, o trampo era muito pesado. Ali pelas 4 e pouco a Helena apareceu pra nos dar carona pra casa, cobrando 3 euros, óbvio. Ela me deixou por segundo, cheguei em casa às 5 horas da manha. Terça o mesmo.

Mas terça no caminho de volta, tive a brilhante ideia de perguntar pra minha gerente quanto eu receberia por noite, porque 8.56 vezes mil horas, eu ganharia uma grana. Mas ela me disse que eu receberia 75 euros por noite. 75 euros é o minimo pra 8 horas de trabalho durante o dia. Mas eu disse "ok" e fiquei na minha. Quarta, ganhei folga, e mandei uma mensagem dizendo que tinha arranjado outro trampo (mentira). Larguei fora, sem condições aquela merda, mas tenho o bastante pra pagar o aluguel do mês que vem, então tá de boa.

sexta-feira, 20 de agosto de 2010

Semana de Trabáio

Acredito que as poucas pessoas que têm lido essa merda estejam curiosas pra saber do meu emprego de garçom. Eu trabalho no Lisa's Trattoria, o restaurante italiano mais antigo de Dublin e cheio de prêmios. Até aí, pareceria perfeito, mas é uma merda.

Lá é um family business, o que eu pensei que seria bom. São 5 pessoas me dando ordens totalmente diferentes. A famíla é o seguinte, Dino e a Lisa são os velhos, Ana e a Helena as filhas. A Ana é a gerente do restaurante, o resto trabalha no "Dino's Take Away", exatamente do lado do Lisa's.

Então a Ana é que deveria me ensinar tudo, e no começo eu gostava dela. Ela me diz: "Fábio, faz desse jeito", aí eu vou fazer desse jeito e vem a Lisa: "Fábio, what are you doing? It's not like this". Faço do jeito da Lisa e vem a Ana, "Fábio, I taught you yesteday, how can't you not remember?".

A Lisa sempre me fala da higiêne e blá blá blá, que eu tenho que usar luvas pra cortar o pão, mas quando ela corta, óbviamente, ela tira a mão do rabo e corta o pão sem luvas. Pra segurar os pratos, eu tenho que usar pano de prato, a Ana enfia o dedão na comida. E assim têm sido as minhas noites.

Ele passam o tempo todo gritando e xingando, sério, o tempo todo. Eu entendo que eles são italianos e até dá pra aguentar porque é o jeito deles. O que fode tudo lá é o Mário, o filho de 6 anos da Ana. Ele é a criança mais mimada que eu já vi, ele bate em todo mundo, inclusive em mim, e pede, ou rouba, pelo menos 25 euros por dia. Só faz merda e fica gritando o tempo todo, niguém tem controle sobre ele, ele faz o que quer na hora que quer.

Quarta-feira foi punk, eu não consegui entender o motivo em específico, mas o foi o Mário que começou a maior baixaria que eu já vi na vida. A Ana e a Helena começaram a se pegar no pau, se jogaram facas, garrafas, jarras, tudo o que tinha pela frente, foi tenso. Eu tava atendendo duas mesas nessa hora, e dava pra ouvir tudo: "fanculo", "porca putana, "puta madre" e por aí mais. Depois não sabem porque o restaurante nunca enche.

Depois desse dia, a Ana passou a ser a pessoa mais mal humorada do mundo. Me xinga por nada, e disse que não precisava de garçom, que ela poderia fazer tudo sozinha. Pensei que ela fosse me despedir nessa hora, porque, na verdade, se ela não fosse louca, ela conseguria fazer tudo sozinha mesmo, já que lá nunca enche mesmo. Foi aí que o Dino veio me defender, ele falou que eu sou um guri inteligente e que só não tenho aprendido direito, porque a Ana tá com a cabeça no filho. O que é verdade.

Somado à toda essa merda, eu acordo as 8h pra ir pra aula, chego ao meio dia em casa, e vou dormir. Acordo às 14:30 e às 15:00 tô saindo de casa. 16:30 começa o trampo, 00:30 acaba, 1h a Helena me leva pra casa -- ela me cobra 3 euros pra isso.

Hoje fui lá pra gente conversar sobre o meu futuro nos negócios deles. Ficou decidido que as segundas e terças das 16:30 às 00:30 eu vou ser garçom full time, porque nesses dias é a Ana quem cozinha, aí eu fico encarregado dos clientes. No resto da semana vem o Jason (um chinês que parece um robô, ele é o chefe e o kitchen porter e não faz break) então a Ana cuida dos clientes. E nos dias em que o Jason vem, eu trabalho part time no Take Away das 11:30 às 16h. Vou terminar o trainee semana que vem, e quando terminar, vou tirar 968 euros por mês, o que dá pra viver muito bem aqui. Esse horário é perfeito pra mim, porque não trabalho tanto e tiro uma boa de uma grana.

Em setembro o Mário volta pra escola, então acho que as coisas vão melhorar. Mas todo o dia tem sido um exercício de paciência. A melhor parte do trabalho, acreditem ou não, é a hora de lavar os banheiros, porque ninguém me enche o saco, ninguém me xinga por nada. Hoje me deram folga, amanha às 13 começo no take-away e é o Dino e os outros estrangeiros que vão me treinar, acredito que vai ser bem melhor.

O trampo é uma bela bosta, eles me disseram que os meus problemas devem sempre ser deixados em casa, mas os deles eles nunca esquecem de trazer pro trabalho. Espero sinceramente que melhore agora, mas definitivamente, só tô lá por causa da grana.

Hoje tirei folga, comprei um tênis de 6 euros e ceva, vou beber e dormir, porque amanha trabalho.

domingo, 15 de agosto de 2010

Semana inteira

Porra, faz uma cara que eu não escrevo e muita coisa aconteceu nesse meio tempo. Então vou tentar organizar tudo de uma forma legal.


Casa nova:

Como eu já havia dito, tô morando no centro agora perto da Capel Street e da Parnel. Aqui é bom porque tem supermercados e uma feira há 5 mim de caminhada. Eu divido o quarto com o Arsian, o paquistanês. A gente tem trocado ideia direto, ele é muito gente boa. Mas ele tá em Dublin há 4 anos, e já não aguenta mais, só que ainda faltam dois anos pra terminar a faculdade de Business dele. Agora ele anda meio de mau humor, porque ele é muçulmano e começou o Ramadã. Durante o Ramadã, tu só pode comer depois que escurecer, só que aqui só escurece as 21h, então imagina quanto tempo o Arsian fica sem comer. Só que aqui na Irlanda, como na maioria dos países do mundo, o mês do Ramadã é um mês como outro qualquer, ele não pode pegar mais leve no trampo , por isso o mau humor.

O espanhol é o Francisco, ele tá desempregado. Ele procura emprego degerente de não sei o quê. Ele tá aqui há 2 anos, já morou na Índia e na China. Eu perguntei pra ele se ele pretende voltar pra Espanha um dia, ele me disse que se arranjar um bom emprego aqui, não volta mais. O engraçado é que ele é tri bebado, direto ele chega em casa às 21h bebasso.

Eu moro num condomínio que só moram estrangeiros, até onde eu sei. Então imaginem que não é nada muito chique. Mas os vizinhos são todos tranquilos, o único que incomoda é um mendigo que mora na frente do meu prédio. Tchê, eu sou pior que Kaiser pra ele: é só ele me ver que ele já começa a se cagar. Não foi uma nem duas, cara, umas 4 vezes que eu tava voltando pra casa, ele tava cagando no meio da rua. Dizem que minha zona é perigosa porque tem um mendigo e 4 pixaçoes, mas pra mim tá bem de boa, volto sozinho de noite bem tranquilo. Morar sozinho é bem melhor que morar em hostfamily e também é mais barato. Aqui tô pagando 250 de aluguel, posso fazer minha própria comida e não gasto com ônibus. E como os caras são gente boa e limpos, tô curindo afu o meu ap.


Meio da semana:

Na terça, meu visa (visto) ficou pronto, aí tava na hora de ir atrás de emprego. Todo mundo que eu falava sobre "deixar currículo" me dizia que tinha ido no Temple Bar ou no Centro. Então, na quarta, não pensei duas vezes, peguei um ônibus e fui pra bem longe. Nesse dia deixei o meu currículo em uns 6 lugares. Em geral, os caras elogiaram o meu inglês, teve até um gerente que falou que eu devia dar aulas pra os brasileiros que trabalhavam lá. Na quarta de noite, às 23:30 , mais especificamente, alguém me liga marcando uma entrevista pra sábado às 20h. Mesmo assim, quinta e sexta continuei deixando cvs na quinta e na sexta.

Sexta:

Sexta cheguei em casa ali pelas 18h e a Marcela, uma colega minha, me ligou convidando pra uma festa na casa de uma francesa. Comprei umas cevas, e comecei a fazer um arroz com galinha. Tava tomando uma vodka ruim pra caralho e ceva enquanto comia. Me econtrei com ela pelas 22h e no ap dela. Lá tinha um Tcheco e ele confirmou a história de que em Praga, os trabalhadores fizeram uma greve geral quando o governo tentou proibir o consumo de cerveja durante o expediente de trabalho. Sou fã dos tchecos.


No flat da minha colega, eu bebi mais vodka e mais ceva, saí de lá pronto. Fomos pro flat da francesa que era bem perto da minha escola. Chegamos, e tava cheio de brasileiro, pra variar. Eu tava tri doido já e comecei a fazer amizade com todo mundo. Mas dei um fora excepcional nessa noite, foda. Comecei a falar de tatuagem com 3 minas e um cara, eu tinha acabado de conhecer eles. Cada um foi mostrando a sua e tal, e o cara me mostrou uma tattoo que ele tinha nas costelas. Era uns negócios escritos, e o bêbado idiota do Fábio já falou bem alto: "que tatuagem bem gay, meu". Ele me olhou e disse: "é que eu fiz em homenagem a minha mãe que morreu".

Caralho, eu juro que congelei nessa hora. Nem sabia o que dizer, tava escrito tipo "ninguém morre quando se está na lembrança", mais alguma coisa e "te amo, mãe". Eu pedi desculpa pro cara, e ele disse que tava de boa. Sorte minha que eu tava bêbaado, senão, depois dessa eu até voltaria pra casa. Ficamos mais um tempão no ap, até que os vizinhos começaram a reclamar e a gente foi pro Temple Bar.

No caminho pro Temple Bar, eu comecei a falar com os franceses, eram umas 4 minas e um cara. Falei que eles tinham fama de serem sujos no Brasil, o cara ficou de cara e não falou mais comigo. Mas as minas ficaram rindo e ficamos falando bosta A partir daí, minha memória já começa a falhar. Chegamos no Templo Bar, eu encontrei os meus colegas. E depois já comecei a voltar pra casa. Tudo parece ter sido em 5 minutos. Agora pensando, isso devia ser umas 2:30, porque nesse horário já não dá mais pra entrar nos pubs. E eu tava me mijando, cara, e ninguém me deixava entrar pra ir no banheiro.

No que eu tava voltando pra casa, comecei a mijar no chão. Antes de eu começar a sentir prazer, veio a porra da Garda (a polícia deles). Eram 3, mas só um tava muito de cara comigo, perguntou se eu ia gostar se ele fosse no Brasil e começasse a mijar nas ruas. Eu pedi desculpa e expliquei que não me deixaram entrar pra mijar, mas antes de eu terminar de falar a última parte ele já gritou: "Don't say I'm sorry, don't say it". Fiquei quieto, dando graças a deus que não tava no Brasil, se fosse lá, o policial já ia chegar me esculachando. Terminei e continuei caminhando.

Sábado:

Sábado acordei, comi e fui lá pra entrevista. A vaga era pra ser Kitchen Porter num take away chinelão pra caralho. Mas eu tava de boa, ia ficar lá até conseguir algo melhor. A gerente me chamou e a gente trocou uma ideia na frente do restaurate, ela perguntou um pouco de tudo e perguntou se eu era estudante, falei que era. Aí ela disse que eu só iria poder trabalhar 30h por semana, o que seria ruim, porque eu ganharia menos. Depois, ela me chamou pra sala dela. Conversamos mais uns 20 mim e ela me fala que eu tinha um bom inglês e uma boa aparência (sou gato) e que ela ia me botar pra ser garçom num restaurante italiano que era da família dela também. Quando ela falou isso eu juro que quase de um beijo naquela gorda.

Amanhã começo o trainee, são duas semanas de treinamento e eu ganho 45 euros por dia. Depois das duas semanas, se eles gostarem de mim, começo a receber 9 euros por hora e posso trabalhar 40h semanais, ou mais. O horário que é meio foda, é das 16:30 às 00:30, mas azar. Saí de lá as 21:30 felizasso, mas tava cansado afu. Fui num pub com os meus colegas, ficamos de boa, fique sóbrio e às 3h já voltei pra dormir. Hoje vou consertar a pía que entupiu e coçar o dia todo.

sexta-feira, 6 de agosto de 2010

Casa Nova

Foi difícil, mas aqui estou.

Vou começar do começo, pra todo mundo poder entender porque ontem foi um dia de merda. Semana passada, eu abri conta no AIB, um banco que nossa escola indica,.7 dias depois (terça, 03/08) recebi uma carta dizendo que minha conta estava ativa. Fui pra aula de manha, depois fui no baco depositar mil euros e pegar o extrato desses mil euros, porque tenho que apresentar isso pra pegar o meu visto. No meu passapuerte diz que eu só posso ficar aqui até domingo agora, e isso era terça, eu tava cagada já. Fui no AIB e perguntei quanto tempo demorava pra chegar o extrato, a mina falou que eram de 2 a 5 dias úteis.

Como eu tinha pouco tempo e não tinha os mil euros - porque a porra do meu cartão brasileiro não tava funcionando. Liguei pra Jé e pedi 300 euros emprestados, e perguntei aonde eu poderia abrir uma conta pra pegar o extrato o mais rápido possível. Ela me falou de um banco nome do banco, na Grafton street, fomos lá. Abri a conta em 1h e já depositei a grana, a mina que abriu a minha conta falou que em dois dias o meu extrato tava em casa. Fiquei tranquilo.

Quarta só arrumei as minhas malas, não fiz mais nada. Quinta não fui na aula pra esperar a carta, que não chegou. Mas eles tinham me dado um papelzinho dizendo que eu tinha depositado a grana na minha propria conta, fui até a imigração, e o cara disse que aquilo não valia. Fui pro banco, e pedi qualquer coisa que provasse a grana, eles disseram que não era possível. Nessa hora eu me caguei todo, "só o que falta eu ter que voltar agora". Fui na imigração de novo, e falei com o pessoal encarregado do visto, fiquei uns 15 mim na fila. Esse cara falou pra eu não me preocupar, porque na verdade, todo mundo pode ficar até 3 meses na Europa sem visto, e que qunado o extrato chegasse, eu deveria ir lá.

Quinta-feira, era o meu ultimo dia na hostfamily, então voltei no banco e tentei sacar 550, 300 pra pagar a jéssica, e 250 pra pagar o aluguel do meu flat. Só pra deixar claro, são 20 mim de caminhada entre a imigração e o banco. Cheguei no banco e fui sacar os 550, nisso a mulher me fala que alguém fez merda na hora de abrir a minha conta e que iria demorar pra eles conseguirem pegar a minha grana. Fiquei de cara pra caralho, e fui dar uma banda.

Fui na Trinity College, porque é perto dali e é bonito o lugar, me deitei num banco e dormi quase uma hora, fiquei jogando no meu celular de 2ª comprado de um china, mais meia hora, me irritei e voltei no banco. Os caras pediram desculpa e me deram os 550, caminhei até a casa da Jéssica (30 mim) e já dei a grana pra ela. Peguei o 16 e cheguei em casa. Fiz um sanduíche com umas coisas que eu ainda tinha lá, porque eu já não tinha mais direito a janta. As 20h eu peguei outro 16 e vim pro centro encontrar o espanhol que mora aqui. As 21h eu tava no ap. Mas até então eu só conhecia o Francisco, o espanhol. Tava curioso pra saber como era o paquistanês.

Como eu tava acabado, fui dormir. No meio da noite o paquistanês entrou no quarto e foi dormir, eu tava podre e não ia conversar com o cara no meio da madrugada. Acoredei de manha, às 8h, (antes eu tinha que levantar às 7) ele tava dormindo na outra cama, mas não fiquei encarando ele, vai que acorda e pensa que eu sou psicopata. Na volta da aula comprei arroz, ovos, tomate, batata, azeite e mais meia duzia de coisa pra comer. Fiz ovo, arroz, e tomate, ficou bão. Depois de eu comer o paquistanês apareceu, ele é alto pra caralho e parece indiano. Ele me disse o nome dele, mas eu já me esqueci (faz meia hora que eu falei com ele).

Agora vou lavar a louça que eu usei, tomar um café e voltar pra minha antiga casa pegar minha outra mala. É uma mão. Como eu tô no centro, minha vida tá mais organizada, e eu não perco mil horas no ônibus. Por isso, vou tentar escrever todos os dias. Ah, hoje vou numa festa na casa de uma espanhola, amanha conto pra vocês, se eu me lembrar, claro.

domingo, 1 de agosto de 2010

Sexta-feira

Depois de um grenada de merda, me dei conta que eu tinha saído na sexta e esqueci de contar pra vocês.

Sexta depois da aula, eu meio que intimei todo mundo a ir no condomínio onde a maioria, senão todos, os nossos colegas espanhóis moram, pra gente tomar uma ceva. Todo mundo se pilhou, e eu marquei de encontrar a seleção (meus colegas brasileiros) no Spire às 18h pra gente ir junto pra lá. E fui pra casa.

Eu tava indo pra parada de ônibus quando começou a chover, só que tinha vento pra caralho, então chovia "de lado", o que, obviamente, é uma bosta, porque tu não consegue se protejer da chuva. Meu bus demorou uns 25 mim, não sei porque, no que eu me entrei e me sentei já comecei a dormir. Como demora uns 40 mim, eu apago merrmo.

Acordei com alguém me balançando, era o motorista. Acordei bem perdido, desci do bus e esperei mais 20 mim pelo próximo. Aqui o bilhete de ônibus vale por um dia, tu pode usar 34 vezes num dia, pagando apenas uma passagem, então não dá nada. Peguei o 16 no outro sentido, e mais 20 mim cheguei em casa. Depois de todos esses imprevistos, mal tive tempo de almoçar e cagar, já tive que sair correndo pra voltar pro centro.


Cheguei umas 18:15 no centro, e lá estavam o Jeff e o Felipe. Fomos atrás de ceva barata, eu e o Felipe compramos 8 Carlsberg pra cada mais 6 pacotes de batatinha pra futura larica. O Jeff comprou uns 37 energéticos (que aqui é bem barato) e um pacote de kikat. Aí fomos pegar o 16a no sentido norte, eu pego sempre o 16 no sentido sul. Na parada, encontramos o Murphy, o da lei mesmo.

SEMPRE que eu vou pegar o 16 pra vir pra casa, passam 2 ou até 3 16a. Dessa vez foi o contrário. Na parada já tomamos um energetico e a larica já começou. A única coisa boa, é que nessa hora a chuva tinha parado. O trânsito tava uma merda, porque eram quase 19h de sexta, e pra piorar, tinha a porra de uma "passeata de bicicleta", pelo dia do "não sei o que do caralho" que trancou ainda mais as ruas.

Depois de uma hora, chegou o 16a, só que ele encheu e não teve mais espaço pra nós. Aí me deu uma saudade de ônibus em Porto Alegre em dia de vacinação: todo mundo suando, todo mundo apertado, mas todo mundo indo. Liguei pra uma colega minha, e ela me falou que dava pra gente pegar o 4a, e em uns 15 mim cheogou o 4a, e finalmente fomos pra casa dos espanhois.


Descemos do ônibus, e milagrosamente eu lembrei o caminho até a casa deles (quem já andou de carro comigo sabe o que eu tô falando). Entramos e eles já tavam bebendo, mas sem problemas, tinha BEM mais mulher do que homem. Começamos a tomar nossa ceva bem quentinha e fomos trovando com todo mundo. Tinha um viado lá que se apaixonou pelo Jeff, foi bem engraçado. Como eu tava sóbrio essa hora, consegui convencer alagumas espanholas que se diz "oi, quero te dar" em português é tipo um "olá, tudo bem". Depois de uma hora, eu acho, chegaram mais uns espanhois, só homens, infelizmente.

Mas tinha um deles que eu nunca tive a oportunidade de conversar muito, e como eu já tava começando a ficar ébrio, não tinha por que não. O cara era igual ao Outdor, não é assim que se escreve, mas é o centro-avante da seleção dos EUA. Ele tava tomando Jameson, um whiskey irish, bom até. E fique tomando com ele falando sobre futebol. Aí ele disse que o Ronaldo era o melhor jogador de todos os tempos, isso mesmo, o gordo. Eu juro que quase beijei ele quando ele falou isso.

Tava tocando umas musicas que eu não conhecia, mas uma hora, não sei por que, começaram a dançar "na boquinha da garrafa". O Outdor tentou dançar, aí ele de Outdor passou a ser chamado de Jacaré (o do "é o tchan"). Mais uma meia hora, muita ceva e whiskey fomos pegar o ônibus pra ir pro TempleBar, a cidade baixa daqui, acho que já tinha mencionado isso.

No ônibus, o Felipe começou a trovar com uns irish, e como tinha uma muito gatinha, já me meti também. Eu me lembrei que irish não gosta de brazuca então tentei mentir que era da Itália. Tava tudo indo bem, até eu começar a falar merda, me confundir com as histórias, e uma das bixas irish, se ligou que eu era brasileiro. Essa foi minha última lembrança por um tempo. Depois me lembro de a gente em algum pub. E depois de mais nada.

Acordei pordre, e era sábado. Eu tava na casa de uma colega minha, e ela disse que eu não fiz nada demais (GRAÇAS A DEUS). Fui comer e voltei a dormir sôssegado. Acordei de novo, e peguei dois ônibus pra voltar pra casa. Sábado e hoje não fiz nada.


Só pra avisar, eu tô morando numa hostfamily longe de tudo e de todas, e agora vou me mudar pro centro. Vi uns dois flats, amanhã acho que vejo outro. Mas o mais provável é que eu fique num ap que eu vi semana passada e gostei bastante. O foda é que vou dividir quarto com um cara. Mas pelo menos somos só 3 e o ap é grande até. Vou dividir o quarto com um paquistanês, e um espanhol vai ter um singleroom. Curti o lugar, é um condominio chinelão, há uns 10 mim do centro, e 25 até a minha escola, tá beleza porque não gasto em bus.

Outra coisa, os 4 piás italianos que moravam aqui já voltaram. O alemão maluco também, e o imbecil perdeu o voo. Ele passou 3 semanas aqui, saiu só duas vezes, uma delas foi na noite anterior ao voo, ele ficou bebado e dormiu demais. Quinta vieram dois italianos, um de 12, o Fábio, o outro, que me esqueci o nome, tem 14. Hoje chegaram outros dois italianos o Stéfano e o Lucca, um de 23 e outro de 20, não sei qual é qual. Não falei muito com eles, mas parecem ser gente boa. Ganhei deles na sinuca duas vezes.


Acho que era isso, hoje (aqui já é segunda) é bank holiday, feriado. Então talvez eu vá no no centro ver outro ap, ou passar o dia coçando o saco, o que é sempre bom.